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29 de Abril de 2025

No dia do trabalho, ABM destaca a atuação estratégica dos engenheiros metalurgistas, de minas e materiais no Brasil

Profissionais dessas áreas somam mais de 12 mil registros no sistema Confea/Crea e atuam em setores-chave da indústria nacional

Fonte: Assessoria ABM

O Dia do Trabalho, celebrado em 1º de maio, tem origem nas lutas operárias por melhores condições de trabalho e foi oficializado no Brasil em 1925, como forma de reconhecimento à contribuição dos trabalhadores para o crescimento do país. Nesta data, a Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM) presta homenagem aos profissionais que atuam em três campos fundamentais para a indústria brasileira: a engenharia de minas, de materiais e metalúrgica.

Segundo dados do Sistema Confea/Crea, o Brasil conta com 5.230 engenheiros de minas, 5.000 engenheiros metalurgistas e aproximadamente 1.779 engenheiros de materiais em atividade. Juntos, esses profissionais representam pouco mais de 12 mil especialistas em um universo de cerca de 1,3 milhão de engenheiros registrados no país, conforme estimativas do Confea. 

Ainda assim, sua atuação é estratégica: estão na linha de frente da exploração responsável de recursos naturais, do desenvolvimento de novos materiais e da transformação de metais utilizados em praticamente todos os setores da economia — da construção civil à indústria automobilística, passando por tecnologia, energia e infraestrutura.

A importância dessas engenharias se reflete diretamente no impacto econômico do setor mineral e metalúrgico: a mineração, por exemplo, representa cerca de 2,4% do PIB nacional, segundo o IBRAM, e movimenta uma cadeia produtiva que gera centenas de milhares de empregos diretos e indiretos em todas as regiões do país. A engenharia de minas desempenha um papel crucial na identificação e gestão de jazidas minerais, aliando produtividade à preservação ambiental. Já os engenheiros metalurgistas e de materiais atuam na produção e desenvolvimento de metais e suas ligas, materiais cerâmicos, compósitos e polímeros, essenciais à inovação industrial.

Apesar do papel estratégico, o número de profissionais dessas áreas ainda é relativamente pequeno diante da demanda crescente. Hoje, apenas 16 instituições de ensino oferecem o curso de engenharia metalúrgica no Brasil, enquanto mais de 50 universidades contam com graduação em engenharia de materiais. No caso da engenharia de Minas, o número também é limitado: cerca de 35 instituições oferecem o curso em território nacional. 

Desafios do setor

Acompanhando o crescimento global da demanda por aço — que aumentou 1% em 2023, segundo o Worldsteel — e a recuperação da indústria nacional, que superou o patamar pré-pandemia, o setor metalúrgico brasileiro vive um momento de expansão. Mesmo assim, 77% das empresas da área relatam dificuldades na contratação de engenheiros, conforme levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O impacto é sentido por 97% dessas companhias, que enfrentam gargalos na produção por falta de mão de obra qualificada.

Para Valdomiro Roman da Silva, Diretor de Operações da ABM, é fundamental repensar a imagem do setor para torná-lo mais atrativo às novas gerações. “Estamos falando de uma área estratégica, com salários competitivos, impacto direto na economia e papel essencial na transformação de recursos naturais em infraestrutura. Mas ainda lidamos com uma visão limitada sobre o setor, o que dificulta a atração de jovens talentos. É preciso mostrar o quanto esse mercado é dinâmico, tecnológico e cheio de oportunidades”, destaca o executivo.

De olho nesse cenário, eventos como a ABM Week — maior encontro técnico-científico e empresarial da América Latina nas áreas de metalurgia, materiais e mineração — tornam-se fundamentais para atrair jovens talentos a um universo vasto de oportunidades. Temas como economia circular, políticas ESG, descarbonização e uso da inteligência artificial foram pilares das discussões em 2024 e seguem como destaque na próxima edição, que acontece entre os dias 9 e 11 de setembro, no Pro Magno Centro de Eventos, em São Paulo. Além da exposição com cerca de 100 empresas, a programação contará com sessões técnicas, fórum de líderes, plenárias, painéis, mesas-redondas, premiações, homenagens, coquetéis, entre outras atividades.