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4 de Outubro de 2017

Transformações na cadeia global de suprimentos exigem readequações nas empresas

As mudanças na cadeia global de suprimentos do setor metalúrgico, que incluem as fusões de grandes players internacionais e as novas políticas ambientais do governo chinês, devem funcionar como estímulos a parcerias inovadoras entre indústrias e seus fornecedores, à busca por materiais substitutivos e à reorganização setorial.

Foi o que apontaram os participantes da Plenária sobre riscos e oportunidades na cadeia de suprimentos realizado no dia 3 de outubro, durante a ABM WEEK 2017. O evento, realizado pela ABM, segue até o dia 6, em São Paulo.

“Estamos em um ponto de inflexão do mercado. É possível que tenhamos chegado ao fim da era de subsídios para matérias primas e materiais produtivos na China, o que força grandes readequações”, afirmou Fernando Pessanha Santos, diretor de matérias primas e suprimentos da Gerdau.

Santos destacou que o governo chinês tem demonstrado grande empenho em melhorar a qualidade do ar, encerrando as atividades de minas de carvão, plantas de eletrodos, fornos de indução e produção de material refratário. “Ainda não sabemos se há uma mudança de comportamento perene e qual será o impacto sobre a siderurgia ocidental. Mas é preciso agir”, apontou.

Entre os caminhos sugeridos para as indústrias brasileiras, Santos defendeu ser possível cooperar setorialmente para desenvolver materiais substitutos, estimular fornecedores atuais ou novos parceiros a adicionarem capacidade ou a entrarem em novos segmentos, ou ainda convidar empreendedores a investirem no Brasil. “Por algum tempo, foi muito comum preferir comprar de países de baixo custo. Mas talvez seja hora de rever a estratégia. Se determinados materiais passaram a impactar mais no custo ou na competitividade, é preciso que conheçamos com mais profundidade seu funcionamento, analisando possíveis mudanças, adaptações ou substituições”, analisou.

Parcerias

Se o momento exige relações mais próximas entre clientes e fornecedores, pode ser vantajoso apostar no conceito de co-makership, defendeu Luiz Fernando Mesquita, diretor comercial da SunCoke Energy.

Conforme lembrou Mesquita, as relações entre as empresas na cadeia de suprimentos geralmente têm natureza convencional – quando a compra é feita apenas com base no preço, com adversidade e desconfiança entre as partes. Com o estabelecimento do co-makership em diferentes estágios, a prioridade passa a ser qualidade. Quando a relação amadurece, a produção do fornecedor pode ocorrer dentro da planta do cliente, com processos simultâneos de engenharia e investimento compartilhado em pesquisa e desenvolvimento.

“Desde 2007, a SunCoke instalou uma planta dentro da ArcelorMittal, tendo estabelecido um contrato de longo prazo para fornecimento de coque. É um processo longo e você aprende diariamente com seu cliente”, explicou. A parceria resultou em uma economia de cerca de 50 milhões de dólares para a ArcelorMittal em 2016, segundo Mesquita.

Jorge Luiz Ribeiro de Oliveira, vice-presidente de Operações Industriais Aços Planos América do Sul da ArcelorMittal, apontou que a integração exitosa entre as duas empresas se deu quando as equipes técnicas conseguiram estabelecer objetivos comuns para a produção. “Nosso principal cliente naquele negócio é o alto-forno”, concluiu.

ABM WEEK

Com uma programação ampla e diversificada, a ABM WEEK é composta por plenárias, painéis, mesas-redondas, fóruns, sessões técnicas, cursos e coquetéis. A 4ª revolução industrial, infraestrutura logística e impressão 3D estão entre os assuntos que ainda serão debatidos no evento.

Mais informações e programação completa no site do evento: www.abmweek.com.br .

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