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10 de Outubro de 2018

Setor minerometalúrgico aposta em soluções inovadoras para se inserir na era da Indústria 4.0

Assunto foi discutido na plenária realizada durante a ABM WEEK 2018, em São Paulo.

As tecnologias associadas à Indústria 4.0 geram um volume elevado de dados, nem sempre adequadamente utilizados para otimizar processos, garantir qualidade e impulsionar os negócios. O mercado e a universidade têm apostado em soluções inovadoras para se adaptarem às exigências desse novo contexto. Esse cenário ficou evidente durante o debate na plenária “Revolução industrial: Big data analytics para otimização dos processos, realizada na ABM WEEK, na última quarta-feira, 3 de outubro.

De acordo com Guilherme Lenz, professor do Departamento de Engenharia Metalúrgica e Materiais da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, a utilização dos dados gerados pelos sensores instalados em diferentes etapas do processo industrial exige profissionais habilitados. “Os sensores estão cada vez mais baratos e será possível medir tudo. Mas, para transformar essas informações em algo útil, é necessário contar com um especialista em análise e gerenciamento de dados e um engenheiro de processos”, argumenta. 

Na academia, o foco deve ser em modelos inovadores de aula que incentivem as competências e habilidades exigidas desses novos profissionais, defende o professor. “Ferramentas de ensino baseadas na solução de problemas podem contribuir para os estudantes refletirem sobre a metodologia e os instrumentos mais adequados em cada situação”, explica. O espaço da aula pode estimular projeto, construção e operação de equipamentos, por exemplo.

Os debatedores do encontro apresentaram diferentes ferramentas e sistemas de gerenciamento e análise de dados do processo industrial.

Heiko Wolf, chefe do FutureLab da PSI Metals GmbH, abordou as possibilidades de modelagem de inteligência artificial para a extração de insights dos dados coletados e para prever tendências futuras. “Essas ferramentas conectam trabalhadores aos dados necessários para a tomada de melhores decisões e usando os dispositivos que forem mais úteis”, analisou. 

Marcelo Belens, digital advisor da área de inovação e transformação digital da Microsoft, descreveu a abordagem da companhia para otimizar o emprego das tecnologias digitais no chão de fábrica. “Na etapa que chamamos de maturidade digital, verificamos as expectativas do executivo em relação à transformação digital da fábrica. A partir da análise dos processos de trabalho, fazemos a combinação de diferentes cenários, indicando para cada necessidade uma tecnologia específica”, esclareceu. 

A possibilidade de combinar sistemas de TI com dispositivos móveis permite a compreensão de complexos problemas tecnológicos, afirmou Kurt Herzog, vice-presidente de Indústria 4.0 da Primetals Tecnologies Austria.