Faturamento de mineradoras cresce 9% no segundo trimestre, diz Ibram
Empresas do setor registraram um faturamento de R$ 39 bilhões.
No 2º trimestre de 2020, as mineradoras alcançaram faturamento de R$ 39 bilhões (excluindo-se petróleo e gás), um aumento de 9% em relação ao 1º trimestre (R$ 36 bilhões). O aumento se deve, basicamente, à valorização cambial e à variação dos preços internacionais, principalmente de minério de ferro, ouro e cobre. As participações mais expressivas dos minérios nesse faturamento do 2º trimestre são: minério de ferro (59% = R$ 23 bilhões), ouro (14% = R$ 5,4 bilhões) e cobre (8% = R$ 3 bilhões).
O desempenho das exportações de minérios nos dois primeiros trimestres foi decisivo para manter positivo o saldo da balança comercial brasileira: o saldo comercial mineral corresponde a 50% do saldo total, mesmo com os impactos negativos da pandemia de coronavírus afetando os principais mercados compradores dos minerais brasileiros – países asiáticos e europeus.
O saldo de quase US$ 6 bilhões do setor mineral, no 2º trimestre de 2020 , correspondeu a cerca de 33% do saldo Brasil (US$ 18 bilhões): as exportações do setor mineral totalizaram aproximadamente US$ 7 bilhões (14% das exportações brasileiras) e as importações cerca de US$ 1,5 bilhão (4% das importações brasileiras).
O consolidado do 1º semestre de 2020 revela que as exportações de minérios tiveram ligeira queda de 3% em US$ na comparação com igual período de 2019 e as importações queda de 31%.
Ao avaliar o impacto positivo da mineração na balança comercial, Wilson Brumer, presidente do Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), diz que desde o início da pandemia as mineradoras adotaram severas medidas de prevenção, de contenção e de combate à covid-19. Transferiu boa parte de seu pessoal para home office e protegeu a saúde dos empregados dedicados à produção mineral.
“Assim, conseguiu manter praticamente estáveis os níveis de produção. Se o setor tivesse interrompido suas funções – como ocorreu em outros países – a crise econômica alimentada pela pandemia seria bem mais aguda no Brasil”, ainda mais que, em razão de sua essencialidade no fornecimento de insumos para outras indústrias, inclusive o agronegócio, o setor opera de forma responsável e segura para evitar um desabastecimento generalizado”, diz o dirigente.
Perspectivas
As perspectivas do setor mineral são otimistas, na visão do Ibram, se a pandemia não obrigar tanto o Brasil quanto outros países a adotarem medidas mais restritivas para superar o alastramento da pandemia. Segundo Flávio Ottoni Penido, diretor-presidente do Ibram, há cautela quanto às perspectivas porque a pandemia não está 100% sob controle, porém, há indicadores positivos a serem levados em conta.
“Os mercados compradores estão em fase de retomada das atividades, então os minérios brasileiros voltam a ter demanda aquecida e preços em elevação. Isso é muito positivo tanto para os municípios mineradores e suas regiões – onde estão instaladas as mineradoras exportadoras – quanto para o país como um todo, já que as divisas geradas com exportações resultam de um maior nível de atividade econômica interna e, além disso, proporcionam saldos positivos da balança comercial, essencial para a estabilidade econômica e para gerar perspectivas positivas para o país”.
Segundo os dados apurados pelo IBRAM, os investimentos das mineradoras no Brasil são estimados em US$ 32,5 bilhões para o período 2020-2024, valor que se mantém estável desde novembro de 2019.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Ibram