Notícias

28 de Novembro de 2018

Executivos do setor de metalmecânica se reúnem para discutir Indústria 4.0

Evento foi realizado no Sindicato da Indústria de Artefatos de Ferro, em São Paulo

A Industria 4.0 foi o tema principal de um evento promovido pela Sandvik, na sede do Sinafer – Sindicato da Indústria de Artefatos de Ferro, em São Paulo. Na noite da última terça-feira (27/11), a empresa reuniu cerca de 20 empresários e representantes de associações baseadas no Brasil para mostrar novas soluções que estão transformando o mercado de bens de capital e a indústria metalmecânica, óleo e gás, automotiva, aeroespacial, entre outras.

O evento “Digitalização na Indústria – soluções que lideram e conectam”, capitaneado pelo presidente da Sandvik Coromant Brasil , Claudio Camach, também recebeu Sean Holt, presidente da companhia para as Américas e Horacio Aragonés Forjaz , gerente de Relações Institucionais da FAPESP.

“A ideia não é fazer uma apresentação sobre indústria 4.0, mas reunir pessoas de destaque que têm o mesmo objetivo: trazer essa usinagem digital para o nosso dia a dia. É a oportunidade de criar um grupo de discussão”, comentou Camacho.  

“O fato é que a maneira como gerenciamos nossas máquinas no chão de fábrica precisa mudar - prossegue Rizzie - mas muitos profissionais, engenheiros e outros, não percebem isso. Muitas vezes pensamos que estamos operando com 70% de eficiência, quando na verdade a média do seu processo fabril é de 40%”. 

Para o jornalista Renato Cruz, especializado em tecnologia e presente no evento, “a indústria 4.0 engloba aspectos de uma empresa por inteiro, é uma mudança cultural, e não só de tecnologia”. Ele mostrou números da consultoria McKinsey que apontam que 50% das atividades performadas por seres humanos hoje podem ser feitas por robôs.

“Vamos ter que aprender a trabalhar com eles - sejam os robôs físicos, máquinas ou softwares inteligentes”. Por outro lado, apenas 5% das profissões podem ser totalmente desempenhadas por máquinas. 

Nesse contexto, cada vez mais é necessário que os engenheiros e outros profissionais ligados a essa indústria desenvolvam as chamadas soft skills - ou seja, habilidades interpessoais - ponto que foi levantado por um dos convidados, o presidente da Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha (VDI) Mauricio Muramoto. Na prática, para lidarmos com máquinas cada vez mais capazes de aprender e tomar decisões, os profissionais devem agir de maneira mais humana, afinando a sintonia com os outros colaboradores. Mas como chegar nesse cenário aparentemente ideal? 

O gerente de Relações Institucionais da FAPESP Horácio Forjaz traçou um panorama mundial dos planos econômicos que privilegiam a implantação da digitalização industrial e a importância do investimento em P&D como política pública.

“A indústria 4.0 é um plano de origem alemã envolvendo setores público e privado com o objetivo de manter a competitividade da indústria, gerar emprego e preservar qualidade de vida desse país que envelhece. Não é um fenômeno isolado, existem planos equivalentes, como o Made in China, que investe 2,3% do PIB daquele país de maneira coordenada. Já os Estados Unidos têm como objetivo manter a liderança em pesquisa e desenvolvimento. De 2017 para este ano, eles aumentaram em 12% o dispêndio público em pesquisa e desenvolvimento. O Japão, 13%”, enumerou. De acordo com Forjaz, no Brasil a realidade é um pouco distante. “Não conseguimos chegar a 1,7% do PIB em investimentos de P&D, e esse montante vem declinando”. 

Por isso, uma das tônicas da Sandvik Coromant durante o encontro foi também a necessidade de mais agilidade. “Estamos investindo em novas instalações para dar força a essa nossa mensagem digital. Concordo com Jeff quando ele comenta que precisamos pensar grande, mas começar pequeno, e fazer as coisas rapidamente. Mas para o Brasil não é necessário mover-se rápido, mas mover-se agora”, concluiu Sean Holt. 

 

Fonte: Assessoria de Imprensa Sandvik