Embrapii desenvolve solução sustentável para resíduos de mármore
Projetos em andamento visam transformar o refugo em composto de cimento ou argamassa,
O Brasil é o quarto maior exportador de rochas ornamentais no mundo, resultando em US$ 992,5 milhões em exportações, segundo dados de 2018 da Associação Brasileira de Rochas Ornamentais (Abirochas). Com tamanha demanda, os resíduos gerados neste segmento necessitam de uma destinação sustentável e economicamente viável. Foi na busca de soluções para este desafio, que 63 micros e pequenas empresas, que formam o consórcio Assobege (Associação dos Empreendedores de Mármore Bege Bahia), se uniram para o desenvolvimento de projetos inovadores com a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), por meio de sua unidade credenciada Senai Cimatec, e o Sebrae.
As empresas envolvidas na parceria atuam na região da cidade baiana de Ourolândia, único local no Brasil onde pode ser encontrado o mármore do tipo Bege Bahia. Apesar de concorrentes, as empresas partilhavam do problema da inutilização do pó de mármore, cascalho ou partes fora do padrão e perceberam no modelo EMBRAPII um caminho para atender a esta demanda social, econômica e ambiental.
Segundo Silmar Nunes, gerente de novos negócios da unidade Embrapii, Senai Cimatec, são cerca de dois milhões de toneladas acumuladas em montanhas de cascalho, pó e restos de mármore Bege Bahia, gerado pelas empresas de extração. "Juntamente com outras instituições, como SIMAGRAN (Sindicato de Mármores e Granito do Estado da Bahia) e IDEM - GB (Instituto de Desenvolvimento Do Mármore Bege Bahia Gian Franco Biglia), a ideia é agregar valor aos subprodutos dando destinação a este material", explica. "A inovação tecnológica será uma excelente oportunidade para as empresas buscarem soluções para suas demandas."
Assim como ocorreu no caso do consórcio Assobege, startups, micro e pequenas empresas podem ainda usufruir do acordo estabelecido entre Embrapii e Sebrae, que amplia o incentivo no financiamento e desenvolvimento de projetos. Recentemente, foi firmado um novo contrato que pode alavancar até R$100 milhões em investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em projetos de startups, micro e pequenas empresas.
No modelo convencional da Embrapii são financiados até 1/3 do valor dos projetos inovadores da indústria brasileira com recursos não reembolsáveis, além de colocar à disposição para seu desenvolvimento as Unidades Embrapii, renomados centros de pesquisa credenciados pela instituição. No modelo específico que inclui o Sebrae, os empreendedores recebem o complemento de suas contrapartidas financeiras nos projetos compartilhando os riscos e contribuindo para sua viabilização.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Embrapii