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13 de Janeiro de 2021

Produção de aço é fundamental para recuperação da América Latina

A rápida resposta da indústria conseguiu acompanhar um aumento de 39% no consumo de aço registrado desde abril

A indústria siderúrgica tem sido fundamental para a recuperação da América Latina no contexto da pandemia, mostrando flexibilidade em sua operação e focada em atender a demanda local. A produção de aço bruto totalizou 5,294 milhões de toneladas (Mt) em novembro, o melhor mês em 2020. Isto aconteceu em quase todos os países da região, com ênfase especial no Brasil, que liderou a retomada.

No período, a produção de altos fornos cresceu 8,4% em relação a outubro atingindo 2,766 Mt com o religamento dos equipamentos no Brasil, enquanto a produção de fornos elétricos se manteve estável, atingindo 2,528 Mt.

Em relação aos produtos laminados, a produção de tubos sem costura atingiu 82,1 mil toneladas em novembro, um aumento de 9,7% em relação ao mês anterior, impulsionada pelo aumento da atividade no setor de petróleo e gás.

A indústria está focada no atendimento da demanda local, como mostra a queda interanual de 30,3% nas exportações em outubro, que totalizaram 0,586 Mt. No mês, as importações registraram um aumento de 10,8% em relação a setembro; sua participação no consumo foi de 28% em outubro, abaixo do nível de 34% entre janeiro e setembro de 2020.

O déficit acumulado entre janeiro e outubro foi 17,2% inferior ao registrado no mesmo período em 2019, um declínio significativo para que o consumo regional possa voltar a crescer com o déficit comercial controlado. O consumo aparente de produtos laminados foi de 5,404 Mt, o melhor do ano.

A China continua sendo uma referência importante na atual situação siderúrgica devido a seu peso relativo na produção, demanda e comércio de matérias-primas. Segundo a World Steel Association, a produção de aço da China cresceu 8% interanual em novembro e 5,5% entre janeiro e outubro de 2020 em comparação com o mesmo período em 2019.

Para isso, a China exigiu importações recordes de minério de ferro do mundo, especialmente do Brasil, o que elevou o preço do insumo para níveis de 140 usd/t, acima dos valores registrados nos últimos 5 anos. Uma situação semelhante é observada em outros insumos de aço, como o alumínio e o zinco.

Mas é também motivo de preocupação o crescente investimento chinês nos países latino-americanos, que segundo a Bloomberg foi de US$ 7,7 bilhões em 2020, mais do que na Europa e na América do Norte juntas. "Este processo causa uma maior dependência que pode se tornar um fator de risco devido às suas práticas comerciais, empresas estatais, desindustrialização e perda de empregos", disse Francisco Leal, CEO da Alacero.

"A fase de regionalização e a desintegração das cadeias de valor no mundo, acentuada pela guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, abrem uma oportunidade para que os países da região atraiam as empresas que procuram se realocar e que são afetadas por este fenômeno. Para conseguir isso, a América Latina precisa criar condições, tais como acesso à tecnologia, infraestrutura, simplificação administrativa, educação técnica de qualidade, segurança institucional e respeito ao Estado de Direito", esclareceu Leal.

 

Fonte: Assessoria de Imprensa da Alacero