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25 de Março de 2025

Diversidade na mineração: Mulheres ocupam mais espaço, mas enfrentam desafios para crescer

Estudo revela avanços na representatividade feminina e equidade salarial, mas destaca necessidade de mudanças estruturais no setor

Fonte: Assessoria ABM

O Relatório de Indicadores 2024 do Women in Mining Brasil (WIM Brasil), realizado em parceria com a Ernst&Young, traz um panorama atualizado sobre a diversidade, equidade e inclusão (DEI) no setor de mineração. Com a participação de 50 empresas, o estudo aponta avanços significativos, mas também destaca desafios que ainda precisam ser superados para garantir um ambiente mais inclusivo e diverso.

Avanços na Representatividade Feminina

A participação feminina no setor de mineração atingiu 23% em 2024, um aumento de 2 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Isso representa um total de 30.744 mulheres ocupando cargos no setor. Além disso, o turnover feminino caiu para 17%, uma redução de 5 pontos percentuais em comparação com 2023.

Outro destaque positivo é o avanço na equidade salarial: 86% das empresas monitoram as diferenças salariais entre gêneros, um aumento significativo em relação aos 64% registrados em 2022. 

“Vejo que as empresas de mineração hoje estão mais bem preparadas para o ambiente feminino, por convicção e por inteligência. O olhar feminino, na minha avaliação, está mais próximo dos valores do século XXI. Além do mais, somos pelo menos 50% da população brasileira. A mineração não pode prescindir desta importante força de trabalho.”, pontua Vânia Lúcia de Lima, membro do Conselho de Administração da ABM e membro do movimento Woman in Mining.

“O exemplo começa de cima. Mais mulheres (competentes, claro) nos conselhos de administração e na alta gestão seria um bom começo. Divulgar amplamente a relevância feminina e o valor que elas trazem nestas funções daria um bom incentivo para maior adoção desta prática em todos os níveis, principalmente se feita pelos homens. Aos poucos, temos colhido exemplos importantes que podem servir de vitrine para que outras empresas vejam valor nesta composição diversa na cadeia de comando.”, complementa Vânia.

Desafios em Liderança e Licença Parental

Apesar dos avanços, a inclusão de mulheres em posições de liderança continua sendo um desafio. Em 2024, houve uma queda nas promoções femininas, tanto em cargos gerenciais quanto operacionais. A participação de mulheres em conselhos administrativos permanece em 11%, um número que ainda reflete a necessidade de maior inclusão em cargos de alta liderança.

A licença parental também é um ponto de atenção: apenas 28% das mulheres elegíveis estão aproveitando integralmente o benefício. Esse dado sugere a necessidade de políticas mais eficazes para apoiar a conciliação entre vida profissional e pessoal, especialmente em um setor tradicionalmente dominado por homens.

Programas de DEI e Capacitação

O relatório ainda mostra que 94% das empresas possuem programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), seja formalizados ou não. No entanto, houve uma redução de 3 pontos percentuais em relação a 2023, quando 97% das empresas relatavam ter programas de DEI. Por outro lado, houve um aumento na oferta de treinamentos e capacitações voltados para DEI, com foco em temas como vieses inconscientes e liderança inclusiva.

Perspectivas Futuras

Por fim, o relatório reforça a importância de mudanças estruturais para garantir a sustentabilidade e o impacto positivo das ações de DEI no setor de mineração. Embora tenham sido observados avanços, como o aumento da representatividade feminina e a melhoria na retenção de talentos, ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar a equidade de gênero e a inclusão total.


Destaques do Relatório 2024

23% de participação feminina na força de trabalho.

17% de turnover feminino, uma redução de 5 pontos percentuais.

86% das empresas monitoram diferenças salariais entre gêneros.

94% das empresas possuem programas de DEI.

11% de participação feminina em conselhos administrativos.